Borracheiro cria cooperativa em Manaus para profissionalizar serviço

Borracheiro cria cooperativa em Manaus para profissionalizar serviço

Há 19 anos na atividade, o borracheiro Leandro Guimarães Garcia, de 40 anos, decidiu se tornar empresário do setor em Manaus. A iniciativa implica mudança no conceito de borracharia, na prestação do serviço, na gestão do negócio e na qualificação de trabalhadores. A intenção, diz Leandro, é profissionalizar a borracharia e adotar ações ambientais.

Para pôr a “mão na roda”, Leandro reuniu 200 borracharias da zona norte e leste de Manaus para fundar a Cooboam (Cooperativa dos Borracheiros do Amazonas) e incentivar o empreendedorismo.

Segundo Leandro, esses trabalhadores estão engajados no projeto que busca padronizar os serviços oferecidos aos proprietários de veículos.

“Precisamos organizar o setor. Hoje, Manaus carece de políticas públicas voltadas para os borracheiros. Estamos buscando parcerias para melhorar a qualidade de vida desses profissionais”, afirma o agora empreendedor.

Uma das metas da cooperativa é retirar pneus sem uso das ruas e das borracharias. Leandro Garcia diz que borracharias de tamanho médio amontoam de 80 a 120 pneus velhos ao mês. O problema é que os donos não dispõem de estrutura para transportar os pneus até os pontos de coleta para reciclagem.

Embora existam três empresas em Manaus que aceitam os pneus como doação, os borracheiros não têm caminhões para o transporte. A Amera, situada no Distrito Industrial, zona sul de Manaus, recicla pneus para produzir pisos de academia, anilhas, halteres e outros tipos de pavimentação, mas não recolhe o material.

Desafios

A Cooboam foi fundada há seis meses e ainda não conseguiu participar de licitação pública, como as promovidas pelo Fundo Manaus Solidária, que exigem um CNPJ ativo há pelo menos um ano.

“Estamos em processo de formalização e contando com o apoio do Sebrae para questões documentais”, disse Leandro. A Cooboam recebe suporte do Sistema OCB/AM (Organização das Cooperativas do Brasil no Amazonas) nas orientações burocráticas.

Segundo Leandro, uma das necessidades imediatas é a aquisição de um caminhão baú para coletar os pneus acumulados nas borracharias. O veículo possibilitará o descarte adequado, pois o grupo também pretende recolher pneus das ruas.

Em Manaus, pneus velhos são acumulados em calçadas, passeio público e entorno de borracharias. Em época de chuvas, tornam-se criadouros de insetos como o mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, e poluem visualmente a cidade. Esse material possui grande potencial de reaproveitamento com a reciclagem.

Segundo Leandro, a borracharia representa um potencial de negócios e a cooperativa busca a profissionalização do serviço.