Manaus tem até 380 áreas de risco alto e 112 mil pessoas vivem sob ameaça de desastres naturais
Com a chegada do período de chuvas, cresce a preocupação em Manaus com os riscos de alagamentos, erosões e deslizamentos de terra. Segundo o Serviço Geológico do Brasil (SGB), a capital amazonense possui entre 360 e 380 áreas classificadas como de risco alto ou muito alto.
Mais de 112 mil pessoas vivem nessas regiões vulneráveis. Moradores relatam perdas frequentes durante as chuvas.
Maria Auxiliadora, que vive em área alagada, conta que já perdeu móveis após a água invadir sua casa. “Eu perdi uma geladeira, eu perdi um colchão. To vivendo nessas condições, alaga minha casa todinha”.
Florismar Figueiredo, dona de casa, teme não conseguir retirar a mãe idosa em situações de emergência.
“Está sendo difícil a gente carregar minha mãe. Se der uma chuva a noite é a maior dificuldade por que a água preenche o beco, a gente precisa pedir ajuda dos vizinhos”.
A família mora na Compensa, Zona Oeste da cidade, que segundo o último mapeamento do serviço geológico do Brasil é classificada como Zona de Risco Alto. Porém são as zonas Norte e Leste as que concentram os setores mais críticos.
De acordo com o pesquisador Marcos Oliveira, do SGB, os últimos 15 anos registraram as maiores cheias do Rio Negro em mais de um século de monitoramento. Ele alerta para chuvas cada vez mais fortes e frequentes.
“O cenário futuro é de muita chuva, chuvas cada vez mais torrenciais, cheias cada vez maiores como nós temos observado”, diz.
Oliveira explica que obras de contenção de erosões conhecidas como vossorocas custam entre R$ 5 milhões e R$ 8 milhões cada. Manaus tem mais de 110 dessas formações. Somados aos problemas de drenagem nos igarapés, o investimento necessário seria várias vezes maior que o previsto no orçamento.
Orçamento em debate
A Lei Orçamentária Anual de 2026 destina R$ 1,45 milhão para prevenção e R$ 6,12 milhões para resposta a desastres, totalizando R$ 7,57 milhões.
O secretário da Defesa Civil de Manaus, Ângelo de Lima Júnior, afirma que há ações de prevenção em comunidades, mas não detalha como os recursos serão aplicados.
“Estamos conversando com os gestores a nossa necessidade de trabalhar na prevenção. Aquela instrução, aquela capacitação para a comunidade, nós sabemos que a ação é integrada e quanto mais a defesa civil estiver de posse desse tipo de assistência, nós podemos ajudar imediatamente essa população, essa comunidade que tanto necessita”

Maquiadora profissional e estudante de Biomedicina, comecei a maquiar e fazer sobrancelhas aos 15 anos. Formada pela Embelleze e Vanessa Cabral em Microblading, atuo em eventos, design de sobrancelhas e Microblading 3D.



